Insônia
A insônia é uma das queixas mais comuns nos consultórios médicos.
Em 2019, a Organização Mundial de Saúde divulgou uma estimativa de que cerca de 40% dos brasileiros sofrem com problemas do sono.
Fatores de Risco
Diferentes fatores podem contribuir para o surgimento da insônia. São eles:
- envelhecimento
- peri-menopausa e pós-menopausa
- dor crônica
- doenças psiquiátricas como ansiedade, depressão, transtorno de estresse pós-traumático, uso de substâncias
- diabetes, hipertensão, câncer, doenças pulmonares e outras patologias clínicas
- uso de medicamentos, tais como psicoestimulantes, betabloqueadores e antidepressivos
Diagnóstico
Os pacientes insones são aqueles que possuem a oportunidade de dormir de forma adequada e ainda assim não conseguem alcançar um padrão de sono satisfatório. Eles trazem queixas de sono de má qualidade ou de sono em quantidade insuficiente.
No site da Associação Brasileira do Sono (ABS), há uma cartilha contendo as queixas que alertam para a possibilidade de distúrbio do sono. Algumas dessas queixas estão resumidas no quadro a seguir.
Classificação
aguda X crônica
Dependendo da duração, a insônia pode ser classificada em aguda ou crônica.
Os quadros agudos têm duração menor do que 3 semanas e geralmente estão relacionados a algum estressor (divórcio, perda de emprego, falecimento de ente querido). Uma vez que esse estressor seja removido ou que o indivíduo consiga se adaptar à situação, o padrão de sono tende a voltar à normalidade.
A insônia é crônica quando vem ocorrendo há pelo menos 3 meses em uma frequência de 3 ou mais vezes por semana. A maioria desses pacientes sofre há anos com problemas de sono.
inicial, de manutenção ou terminal
Quanto ao momento de maior perturbação do sono, a insônia pode ser classificada conforme resumido adiante.
- A insônia é inicial quando o paciente demora um período de pelo menos 30 minutos para iniciar o sono.
- Na insônia de manutenção, após um período inicial de sono, o paciente tem despertares noturnos que totalizam um período de 30 minutos ou mais.
- Há insônia terminal quando o paciente desperta pelo menos 1 hora antes do desejado.
Tratamento
Você deve procurar auxílio médico especializado se as dificuldades para dormir prejudicarem o seu desempenho nos estudos, no trabalho ou na vida social. Também é necessário procurar um tratamento caso haja sonolência e o risco de envolvimento em acidentes de trânsito, por exemplo.
Há opções de tratamento não farmacológicas e farmacológicas.
Entre as opções não farmacológicas, tem destaque a terapia cognitivo-comportamental para insônia (TCC-I). Essa é uma modalidade de tratamento que envolve a modificação de crenças e comportamentos relacionados ao sono.
Diversos estudos comprovaram a eficácia da TCC-I e atualmente ela é considerada um tratamento de primeira linha para doenças crônicas do sono. No entanto alguns pacientes poderão não se beneficiar dessa técnica.
Drogas Z, antidepressivos e anticonvulsivantes são alguns dos medicamentos usados para tratar os transtornos do sono. Contudo a recomendação atual é de tentar a TCC-I sempre que possível.
A escolha do tratamento depende do tipo de distúrbio do sono e dos fatores causais envolvidos. A insônia decorrente de ansiedade, por exemplo, tende a melhorar com os mesmos remédios utilizados nos transtornos ansiosos.
Referências Bibliográficas
Cartilha semana do sono 2020. Sono e sonhos melhores para um mundo melhor. Retrieved on July 18, 2021, from https://absono.com.br/wp-content/uploads/2021/04/Cartilha-Semana-do-Sono-2020.pdf
Evaluation and diagnosis of insomnia in adults. UpToDate. Waltham, Mass.: UpToDate, 2021. Retrieved on July 18, 2021, from https://www.uptodate.com/contents/evaluation-and-diagnosis-of-insomnia-in-adults?search=insonia&source=search_result&selectedTitle=3~150&usage_type=default&display_rank=3
Pharmacotherapy for insomnia in adults. UpToDate. Waltham, Mass.: UpToDate, 2021. Retrieved on July 18, 2021, from https://www.uptodate.com/contents/pharmacotherapy-for-insomnia-in-adults?search=insonia&source=search_result&selectedTitle=2~150&usage_type=default&display_rank=2
Risk factors, comorbidities, and consequences of insomnia in adults. UpToDate. Waltham, Mass.: UpToDate, 2021. Retrieved on July 18, 2021, from https://www.uptodate.com/contents/risk-factors-comorbidities-and-consequences-of-insomnia-in-adults?search=insonia&source=search_result&selectedTitle=5~150&usage_type=default&display_rank=5#H3539835891