Prezado Coração Aflito,

Por um tempo incrivelmente longo, passei boa parte da minha vida convivendo com a angústia de não saber o que fazer.

Os meus dias eram como os de Alice (aquela do País da Maravilhas): dias em que não sabia aonde ir e por isso qualquer caminho parecia servir.

Primeiro, foram os estudos de química orgânica, regência verbal e cinética. Mais tarde, incontáveis páginas de clínica médica ou cirurgia. Sobrava pouco ou nenhum tempo para a obra de Nietzche, dizendo que “a nossa vocação toma conta de nós, mesmo quando não a conhecemos”. Genial. Genial da parte dele. Se, ao menos, eu soubesse.

E é por isso que estou aqui, escrevendo para você, de alma genuinamente inquieta. Considere esse meu post um pouco seu. “Onde quer que você esteja, esteja aí por inteiro”. Entregue-se a todas as oportunidades. A sua função é caminhar com empenho. Cabe à sua vocação o trabalho de achar você.

E eu prometo, cedo ou tarde, ela irá achar você.

Palavra de psiquiatra.

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