TDAH NO ADULTO
A doença é causada principalmente por alterações no lobo frontal, a região cerebral que controla a atenção e os impulsos nos seres humanos.
Os pacientes com TDAH apresentam um padrão persistente de desatenção, hiperatividade e impulsividade. Para o diagnóstico da doença não é necessário que esses três domínios estejam comprometidos nos indivíduos.
Desatenção
A desatenção é a dificuldade em manter o engajamento do início ao fim da realização de uma tarefa. Pacientes desatentos consideram difícil ler um livro até o fim. Outros sintomas de desatenção:
- Perder objetos;
- Ter noção pobre de tempo;
- Não conseguir priorizar as tarefas;
- Estar sempre atrasado;
- Esquecer compromissos;
- Ter dificuldade em tomar decisões;
- Evitar o envolvimento em atividades que requeiram esforço mental continuado;
- Cometer erros por distração.
O rendimento abaixo da capacidade intelectual pode resultar em significativo comprometimento da autoestima entre esses indivíduos.
Hiperatividade
A hiperatividade é o excesso de atividade motora. O paciente hiperativo possui uma inquietude e por isso tem dificuldade em permanecer inativo. Frequentemente, não consegue ficar sentado em uma reunião, fala excessivamente e age como se estivesse “ligado a um motor”.
Importante dizer que a hiperatividade não é uma característica tão marcante dos pacientes adultos com TDAH.
Impulsividade
A impulsividade é a dificuldade em adiar uma resposta. Quando precisam lidar com uma situação, pacientes impulsivos tendem a reagir sem uma reflexão prévia e os arrependimentos podem ser frequentes.
Diferentemente do que ocorre com crianças, a impulsividade tende a resultar em consequências mais sérias nos indivíduos adultos com TDAH: inícios e términos de relacionamento muito súbitos, pedidos de demissão, infrações no trânsito, intromissão nas conversas dos outros, etc.
Mortalidade do TDAH
Em 2015, um estudo publicado na revista Lancet evidenciou taxas mais altas de mortalidade entre os indivíduos com TDAH no adulto. Quando comparados ao restante da população, esses pacientes morrem mais e a principal causa de morte são os acidentes de trânsito.
Também é frequente a associação entre TDAH e outras doenças mentais como depressão, ansiedade e uso de drogas ilícitas.
Diagnóstico de TDAH no Adulto
Tanto no adulto quanto em crianças, o diagnóstico do TDAH é feito com base nos critérios da Associação Americana de Psiquiatria. Não há um teste simples capaz de diagnosticar a doença, sendo necessária uma avaliação médica especializada.
Alguns pacientes só receberão o diagnóstico de TDAH na idade adulta.
Caso suspeite que tenha a doença, há um teste de TDAH para adultos disponível no nosso site. É importante que faça o teste e agende uma consulta com o psiquiatra.
Tratamento do TDAH no Adulto
Assim como acontece com as crianças, o tratamento dos pacientes adultos dispõe de vários classes de medicamentos, tais como psicoestimulantes, antidepressivos e alfa-agonistas.
Os psicoestimulantes são atualmente considerados o tratamento de primeira linha para a doença. Esses medicamentos quando bem indicados são seguros e bem tolerados. Mas podem causar insônia, perda de peso, pressão alta, arritmias e morte.
Muitos estudos também mostraram a melhora dos sintomas de TDAH no adulto com terapia cognitivo-comportamental.
Antes de iniciar o tratamento procure um médico com experiência na prescrição de fármacos usados para TDAH. O profissional poderá investigar a existência de contraindicações e determinar a opção terapêutica mais indicada.
Referências Bibliográficas
- American Psychiatric Association.DSM-5: Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais. Artmed Editora, 2014.
- Bukstein, O.Attention deficit hyperactivity disorder in adults: Epidemiology, pathogenesis, clinical features, course, assessment, and diagnosis.UpToDate. Waltham, Mass.: UpToDate, 2021. https://www.uptodate.com/contents/attention-deficit-hyperactivity-disorder-in-adults-epidemiology-pathogenesis-clinical-features-course-assessment-and-diagnosis?search=adhd%20patients&source=search_result&selectedTitle=4~150&usage_type=default&display_rank=4″(Accessed on May 16, 2021).
- Miguel, E. C., Lafer, B., Elkis, H., & Forlenza, O. V. (Eds.). (2021).Clínica Psiquiátrica(2nd ed., Vol. 2). Manole.